Piaget - Período pré-operatório

Segundo Piaget aos poucos a criança, através da percepção, progressivamente vai aumentando e aperfeiçoando movimentos e reflexos com o mundo que as envolve. A marca que separa as fases sensório-motor do pré-operatório (dá-se aproximadamente aos dois anos) é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, que leva à necessidade da linguagem. Desta maneira Piaget afirma que a inteligência do indivíduo é anterior a linguagem, por isso não se pode atribuir a ela a racionalidade. Na linha Piagetiana, a linguagem é considerada como uma condição necessária, mas não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem, quer dizer, o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
De outra forma, segundo pesquisas, a manifestação da linguagem traz modificações importantes em aspectos cognitivos, sociais e afetivos da criança, que a partir deste momento poderá relacionar-se com outros indivíduos de forma mais abrangente e terá a possibilidade de trabalhar com representações para a atribuição de significados à realidade.
Contudo, Vigotsky faz uma leitura diferente da primeira explicitada por Piaget sobre a linguagem. Ambos concordam que as crianças, de forma independente, são capazes de chegarem a certo estado cognitivo e que a linguagem traz um salto qualitativamente grande a esse aspecto, mas Vigotsky atribuirá mais importância a linguagem que Piaget, pois para ele a interação social e cultural eram fatores cruciais do desenvolvimento cognitivo. Para ele a linguagem “sistematiza” os pensamentos, enquanto para Piaget, essa “sistematização” já é existente e que é ela que propicia o aparecimento da linguagem.
Piaget afirma, que nesta fase o indivíduo, apesar da interação social, ainda é egocêntrica por não conceber outras realidades além da sua, devido a ausência de esquemas conceituais e de uma lógica mais intricada, tendo uma visão desequilibrada da realidade.
Além da função