Peça
Desde antiguidade ocorre um conflito entre estado e religião, tal fato é observado, por exemplo, no processo de formação do estado egípcio, no qual o faraó era considerado um deus vivo na terra, e que detinha máximo poder religioso e político. Assim temos a formação de um Estado Confeccional, baseado em teocracia, pois o faraó utilizava seus preceitos religiosos associados ao domínio político para manipular leis e modifica-las de acordo com seu interesse, garantindo a fidelidade do povo a partir de justificativas teológicas.
Posteriormente em Roma houve o estabelecimento de uma igreja como constituição, nesse caso a igreja católica, ainda assim a instituição católica tinha forte influencia através da figura do papa sobre o Estado romano e o imperador, utilizando-se muitas vezes de sua influência para explorar os recursos estatais em seu próprio benefício e muitas vezes utilizando-os para impor preceitos religiosos sobre a população e o próprio imperador.
Nesse contexto as decisões do papa eram tomadas dando preferência à região ocidental, o que gerava desconforto aos patriarcas que sofriam as imposições religiosas que, no entanto desconsiderava as condições da região oriental. Consequentemente os patriarcas optaram por minar a união das duas regiões resultando no cisma que separaria a igreja católica entre o império romano ocidental e o império romano oriental. Deste modo observa-se o crescimento do cesaropapismo no império bizantino.
Ao longo de toda a Idade Média os reis/imperadores eram tidos como escolhidos de Deus para assegurar a vontade do próprio sobre a população, que cultivavam um sentimento de verdadeira adoração e medo em relação a eles, visto que a religião era o principal alicerce da sociedade para a qual todos se voltavam em momentos de crise. Podemos demarcar, por exemplo, o medo como principal característica daquela sociedade e que era amplamente explorada pela Igreja Católica para manter o controle da população,