peticao inicial
Devo reconhecer que a maior parte dos advogados com quem me relaciono aprendeu, pelo menos, a fazer uma boa petição inicial, embora uma parcela significativa, mesmo daqueles mais antigos, ainda não saiba fazê-lo.
Dicas:
1. Concisão, clareza e objetividade. Linguagem técnica, o que não significa linguagem rebuscada e truncada. Use a terminologia apropriada. Esqueça as expressões em latim e qualquer estrangeirismo. Esqueça o propósito de querer demonstrar erudição;
2. Evitar citar doutrina e jurisprudência, exceto se o caso for daqueles que foge do rotineiro, ou que goza de elevado grau de controvérsia nos tribunais, mas, mesmo assim, use com parcimônia;
3. Não precisa transcrever dispositivo de lei. É obrigação do juiz conhecer a lei, bastando que a mesma seja citada, quando muito;
4. Não transcrever longos e enfadonhos acórdãos. O juiz não vai lê-los;
5. Evitar petições longas e cheias de perfumaria. Limite-se, o quanto possível, ao essencial. Petições muito longas, principalmente se quem as fez não tem muita habilidade para escrever, são cansativas e, seguramente, boa parte delas sequer será lida;
6. Não apele para sentimentalismos e discursos ideológicos, notadamente daqueles maniqueístas (ex.: trabalhador sempre bonzinho x empregador sempre carrasco);
7. Jamais argumente com ofensas pessoais ou alegações desrespeitosas dirigidas ao réu ou prepostos seus;
8. Não expor os fatos numa versão exagerada que possa sugerir fantasia e delírio. Para isso, converse muito bem com o cliente, tome seu depoimento como se fosse o juiz, insista com ele naquilo que lhe parece exacerbado, esclareça as dúvidas, explique a dificuldade de se provar se a versão dada lhe parecer improvável;
9. Use o menos possível os adjetivos, restringindo-se aos fatos relevantes, da forma mais impessoal possível;
10. Se o caso é rico em minúcias, faça uma síntese e postule apenas o principal (de valor monetário expressivo, deixando de lado as