Pesquisando Sartre
O texto “O Existencialismo é um Humanismo”, foi escrito por Sartre para explicar o existencialismo. Nele, Sartre afirma que “a existência precede a essência”. Querendo dizer com isso que, o homem primeiramente existe, se descobre e surge no mundo e só depois é que ele se define. O homem, tal como o concebe o existencialismo, se não é definível, é porque primeiramente não é nada, só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la. Em sua obra, ele não deu uma importância excessiva ao problema religioso, pois não estava preocupado em discutir sobre a existência ou não existência de Deus. Nada, nem mesmo Deus, pode justificar o homem ou retirá-lo de sua liberdade total e absoluta, ou ainda salvá-lo de si mesmo. O homem, portanto, não é mais do que o que ele faz. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência. Não há uma essência igual em todas as pessoas, uma natureza humana, portanto não há uma lista de regras estabelecidas antes de o ser humano existir. Logo, ele precisa que criá-las por si mesmo. Não poderia existir nada a “priori”, para Sartre.
Deve-se compreender que Sartre não aplica este princípio do existencialismo universalmente, mas apenas para a humanidade. Sartre argumentava que havia, essencialmente, dois tipos de ser. O primeiro sendo o “ser-em-si” (l'en-soi), que é caracterizado como preciso, completo e não tem razão alguma para sua existência, ele simplesmente é; o segundo é o “ser-para-si” (pour soi-le), que é a consciência do ego.
2. "O homem é condenado a ser livre"
Para Sartre, o fato de não haver uma essência anterior à existência força os homens a serem livres: precisam inventar regras, valores, improvisar. Portanto, só o fato de alguém existir traz, obrigatoriamente, o fato de ele ser livre. A