Pesquisa sobre violência contra moradores em situação de rua
Esta pesquisa foi realizada entre 11 de julho e 31 de outubro de 2012, no território da República[1]. Seu objetivo era de tentar medir o crescimento da violência contra a população atendida pelos Agentes de Saúde, nesse trecho da Cidade de São Paulo, bem como identificar os vários tipos de agressões praticadas e seus principais responsáveis.
Foram ouvidas 183 pessoas durante o trabalho de abordagem realizado na região, no período diurno, das 11h às 18h. E a coleta dos dados foi obtida através de perguntas diretas (sem uso de questionário) e por informações extraídas da Ficha E.
Para o registro das ocorrências levou-se em consideração somente um tipo de violência sofrida pelo entrevistado. Nos casos em que o indivíduo sofreu várias formas de agressão, o pesquisador solicitou para que ele apontasse a mais grave[2].
Entre os moradores em situação de rua, 65,57% declararam ter sofrido algum tipo de violência, contra 34,43% que disseram não ter sido vítima de qualquer agressão. A pesquisa apontou que a maioria dos entrevistados pertencem ao sexo masculino (87,5%), possui idade entre 19 e 50 anos (80%) e são predominantemente pardos (37,5%) e negros (32,5%). A porcentagem de violência praticada pela polícia foi considerada a mais alta (37,5%), no entanto, os conflitos entre os próprios moradores de rua registram um índice bastante expressivo de 34,16%.
A pesquisa identificou também dois outros grandes grupos causadores de violência , na região central da cidade: os funcionários da prefeitura, responsáveis pela limpeza ou o recolhimento de objetos e entulhos na cidade, com 12,5% das agressões; e os grupos racistas de skinheads, com 5,83% das ocorrências.
Este trabalho contribuiu para chamar a atenção dos Agentes de Saúde acerca do uso intencional da força física e do poder contra moradores de rua, permitindo a criação de melhores subsídios para a abordagem e o