Música e a percepção temporal
Música e a percepção temporal
Diferente de outros vários campos aos quais o ser humano aplica sua percepção, o tempo não possui um órgão sensorial que o registre, assim como as cores estão relacionadas aos nossos olhos ou o som aos nossos ouvidos. Entretanto, nós podemos perceber a passagem do tempo com o auxílio de nossas experiências. Os diferentes eventos trazidos por nossas experiências, nos quais podemos notar as mais sutis mudanças, estão permeados pela percepção temporal. O filósofo Ernst Mach disse que “O tempo é uma abstração à qual chegamos pela mudança das coisas”. E assim como nossas experiências, o tempo pode não ser percebido da mesma maneira por duas pessoas ou por uma única pessoa em diferentes situações. O tempo é relativo e muda de acordo com inúmeros e desconhecidos fatores, entre eles nosso estado emocional. Em uma de suas publicações, Einstein - criador da Teoria da Relatividade – disse que quando se está sentado ao lado de uma bela garota, uma hora parece um minuto e quando se está sentado sobre uma grelha quente, um minuto parece uma hora. Fatos que atuem nas sensações, na atenção ou também na memória, facilmente influem na noção de passagem do tempo. Uma manifestação comumente relacionada a alterações dessa noção é a arte, nesse caso, a música. Esta difere de outras formas de arte em sua natureza temporal, pois a própria música pode ser definida como uma combinação de sons dispostos no tempo, e no momento em que não está soando no tempo, não existe completamente1. A maneira como a música é disposta, dividida em tempos e ritmos e depois em melodias e harmonias, a caracteriza como uma arte temporal, já que pode existir ritmo sem uma melodia, no entanto não podem existir músicas sem tempo. Por consequência muitos estudos foram realizados com o intuito de avaliar a influência desta forma de arte na percepção do tempo por indivíduos. Pesquisas já analisaram o impacto que tem as escalas, o andamento e inclusive a nota