Peritonite bacteriana espontanea

Diagnóstico:
Peritonite bacteriana espontânea
Definição:
Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE): é uma complicação infecciosa muito comum nos pacientes cirróticos, acontecendo em cerca de 30% destes; definida pela contagem de polimorfonucleares (PMN) ≥ 250/mm3 de líquido ascítico (LA) e cultura positiva deste, na ausência de foco infeccioso abdominal cirurgicamente tratável.

Etiologia:
Aproximadamente 50 a 70% dos episódios de PBE são causados por bactérias gram negativas, entre as quais predominam Escherichia coli seguida por Klebsiella pneumonia. Cultura polimicrobiana sugere infecção peritoneal secundária.

Epidemiologia:
A PBE desenvolve-se em 1,5-5% dos pacientes cirróticos adultos ambulatoriais e em aproximadamente 20% dos hospitalizados, sendo particularmente frequente na cirrose descompensada. A prevalência no grupo pediátrico parece ser semelhante (5, 6).

Quadro clínico:
Até 13% dos pacientes não apresentam sintomatologia. Os sintomas mais comuns são:

Febre, hipotermia, dor abdominal, sensibilidade abdominal, alteração da motilidade gastrintestinal (diarréia, vômitos), encefalopatia e piora súbita da função renal.

Exames:

Avaliação laboratorial do líquido ascítico:
Ascite Neutrocítica Cultura Negativa: nesta situação, a cultura do LA é negativa mas a contagem de PMN é ≥ 250/mm3 de LA. Em termos práticos, essa entidade apresenta o mesmo prognóstico da PBE, devendo ser tratada de maneira similar.
Bacteriascite Monomicrobiana não Neutrocítica: caracterizada pela presença de cultura positiva do LA, porém, com contagem de PMN do LA < 250/mm3. O curso clínico difere das duas entidades anteriores e depende da presença ou ausência de sintomas clínicos.
Peritonite Bacteriana Secundária: é diagnosticada quando ocorre a associação de cultura positiva do LA e contagem de PMN ≥ 250/mm3 de LA, na presença de fonte de infecção cirurgicamente tratável. Até 15% das peritonites bacterianas em cirróticos são secundárias. A presença de