Perda do trabalho, perda da identidade
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS-FACISA
Perda do Trabalho, Perda da Identidade
BELO HORIZONTE
2006
PERDA DO TRABALHO, PERDA DA IDENTIDADE
EugèneEnriquez
Segundo Eugène Enriquez toda perda de trabalho causa tristeza e marca a identidade das pessoas. Se pensarmos em como era visto o trabalho na civilização de vinte anos atrás, poderemos compreender este ponto de vista atual. Nas sociedades antigas o trabalho era desvalorizado, visto como instrumento de tortura. Como o trabalho está ligado à necessidade e isso não definia a liberdade nem a grandeza do homem, esta parte ficava com os escravos. Com o passar do tempo isso mudou. A indústria se desenvolveu e começou a se produzir economia. O trabalho que não era valorizado se transformou em símbolo de liberdade do homem para fazer transformações. Karl Marx dizia que o homem é criado pelo trabalho e não mais criado por Deus, pois é justamente o trabalho, a possibilidade de mudar as coisas, de transformar o mundo e de fazer objetos, que vai diferenciar o animal do homem. Mas o trabalho que Marx se refere não é alienado, ele sonha com o trabalho livre, sem exploração, sonha com uma sociedade mais justa. Como se vê, trata-se realmente de uma civilização do trabalho e dos trabalhadores, pois aqueles que não trabalham são considerados parasitas, delinqüentes, inúteis e não tem direito de comer. Então, não só os grandes empreendedores e empresários estão interessados no trabalho, mas ao mesmo tempo, também os operários. Estes vão justamente reivindicar o trabalho como elemento fundamental da sua personalidade. É aí que vai se desenvolver o que chamamos de consciência profissional dos operários e sua ligação às suas ferramentas de trabalho. E o ponto essencial é: os trabalhadores não são