Pelo resgate de uma educação de qualidade
Regina Maria Adeodato Santos Bortoloti
Curso de Pós-Graduação em Educação Profissional rmasbortoloti@sedu.es.gov.br reginaadeodato@bol.com.br
INTRODUÇÃO
A cada aprendizagem, de fato, o aluno se confronta com algo que o ultrapassa. Algo que requer um compromisso por parte dele e implica um risco que ninguém poderá assumir em seu lugar: entrar em um texto e ler até o fim, recitar um poema diante da classe, tentar resolver um problema de matemática ou encadear dois movimentos de ginástica... nada disso é simples. E seria preciso ter esquecido completamente nossa própria história para imaginar que uma criança possa fazê-lo sem “tomar a pulso”, prender a respiração por um momento, contar com os dedos nas costas... Seria preciso ter perdido a memória de nossas próprias aprendizagens para acreditar que um olhar do professor, ainda que particularmente atento e benevolente, dispensa o esforço de escapar, com mil apreensões e dificuldades, das areias movediças “não vou conseguir nunca”...
Do mesmo modo, as aprendizagens mais especializadas, ainda que se apresentem em um momento de nossa evolução em que já aprendemos a enfrentar o desconhecido e a pactuar com a angústia, precisam ser apoiadas e acompanhadas.
As aprendizagens são grandes e não se libertam milagrosamente da parcela da infância, que mantemos em nós, porque aprender é nascer para outra coisa.
EIS AS MUDANÇAS AO LONGO DA HISTÓRIA
Eis então que chegamos ao fim do caminho, mas não vamos queimar a última etapa. Com o risco de deixar nossos alunos, na saída da Escola, prestes a ingressar na vida profissional, a participar de um debate científico, e incapaz de se envolver honestamente na construção de uma sociedade democrática.
Tornar-se professor é, de fato, investir no futuro. Pois significa trabalhar, cotidianamente, nas aprendizagens. Seria realmente um grande equívoco perder as esperanças no futuro quando na verdade todo nosso trabalho consiste