Pedido de vida
Eu,filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro,desde a epigêneses da infância,
A influência más dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que me escapa da boca de um cardíaco
Já o verme - este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come,e à vida em geral declara guerra
Anda a espreitar meus olhos para roê – lós,
E há de deixar – me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgârnica da terra!
Augusto dos Anjos
BIOGRAFIA:
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, 20 de abril de 1884 —Leopoldina, 12 de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas.
Um dos maiores biógrafos de Augusto dos Anjos é outro conterrâneo seu, o médico paraibano Humberto Nóbrega, trazendo à tona A poética carnavalizada de Augusto dos Anjos uma das críticas mais relevantes às contribuições à investigação científica sobre o EU por meio de sua obra de longo fôlego, publicada em 1962, pela editora da primeira Universidade Federal da Paraíba, na qual o biógrafo Humberto Nóbrega foi também Reitor.
Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, atualmente no município de Sapé, Estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos sete anos de idade.
Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em1907. Em 1910 casa-se com Ester Fialho. Seu contato com a leitura, influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo.
INFÂNCIA:
CONSOLO NA PRAIA
Vamos,