Paulo Freire
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
Lembramos que Freire (2002), sempre criticou a sociedade neoliberal, afirmando ser radicalmente contra a ordem capitalista vigente, Freire reiteradamente falou/escreveu sobre a educação articulando-a com o contexto social e político. Nas palavras do próprio Freire:
É reacionária a afirmação segundo a qual o que interessa aos operários é alcançar o máximo de sua eficácia técnica e não perder tempo com debates “ideológicos” que a nada levem. O operário precisa inventar, a partir do próprio trabalho, a sua cidadania que não se constrói apenas com sua eficácia técnica mas também com sua luta política em favor da recriação da sociedade injusta, a ceder seu lugar a outra menos injusta e mais humana.
A partir da linguagem freireana, é possível usar alguns conceitos que contêm uma clara caracterização do processo educativo popular. Um deles é o conceito de consciência, ou melhor, de conscientização que deve acompanhar o processo educativo.
A pessoa conscientizada é capaz de perceber claramente, sem dificuldades, a fome,Como algo mais do que seu organismo sente por não comer, a fome como expressão de uma realidade política, econômica, social, de profunda injustiça.
Além disso, as relações dialógicas entre educando e educador, fazem parte de todo o processo educativo, bem como o caráter político e transformador da educação, questionando permanentemente a que interesses a educação está servindo: Por isso que ele dizia: a escola não é boa nem má em si, depende a que serviço ela está no mundo. Precisa saber a quem ela defende, desnecessário dizer que Freire sempre defendeu radicalmente os oprimidos, buscando a libertação de todas as formas de opressão.
Para Freire educação é o