Pastiche
CURSO: Tecnologia em Construção de Edifícios
PASTICHE
Macapá-AP, 12 de agosto de 2014.
INTRODUÇÃO
O pastiche inclui-se no campo da hipertextualidade, estabelecendo uma relação de transfiguração estilística baseada no decalque (por exemplo, de títulos, personagens, cenas, no texto narrativo) de um hipotexto, integrando, assim, ao mesmo tempo, os fenómenos de receção. Como a paródia, o pastiche consiste na imitação de uma obra, surgindo os dois termos frequentemente associados e sendo equívoca a sua distinção. Para G. Genette, "enquanto a paródia procede por transformação, (...) mínima, de um texto, o pastiche procede por imitação de um estilo sem qualquer função crítica ou satírica" (cf. LIMA, Isabel Pires de - "Camilo e o Fantasma do Naturalismo", in Revista da Faculdade de Letras, Porto, 1992). "Para L. Hutcheon, a distinção baseia-se na dimensão monotextual do pastiche, que acentua a semelhança e não a diferença, como faz a paródia, que é uma síntese bitextual; uma procura a correspondência, a outra a diferenciação em relação ao modelo" (id. ibi., p. 122-123).
DESENVOLVIMENTO
Pastiche
Etimologicamente derivado da palavra italiana pasticcio (massa ou amálgama de elementos compostos), pastiche era aplicado pejorativamente, no campo da pintura, a quadros forjados com tal perícia imitativa que procuravam ser confundidos com os originais. Durante a Renascença, devido à crescente procura de obras de arte em Florença e Roma, muitos pintores medíocres foram levados a imitar quadros de grandes mestres italianos, com intenções fraudulentas. O conceito viajou para França e pasticcio converteu-se no galicismo pastiche, no século XVIII.
Permitindo nomear uma prática que é bastante anterior à criação do termo (note-se que a imitação dos clássicos era já recomendada por Quintiliano e por toda a tradição retórica), o pastiche literário, em termos genéricos, refere-se a obras