Outro 18 de Brumário
Ver artigo principal: O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
A Constituição foi finalmente promulgada em 12 de Novembro de 1848, estabelecendo a república presidencialista e o Legislativo unicameral com base no sufrágio universal.
O general Cavaignac foi lançado candidato às eleições presidenciais de dezembro de 1848. Apesar de ter agido brutalmente contra os operários parisienses, por ser republicano convicto ele era suspeito ao Partido da Ordem, o mais organizado nacionalmente de todos os partidos. No mesmo momento, surgia um "aventureiro", Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Napoleão Bonaparte, que se apresentava como mantedor da ordem e tinha sobrenome conhecido e respeitado por milhões de franceses. Os operários de Paris votaram nele para que o general Cavaignac não fosse eleito e os camponeses também o fizeram em homenagem ao tio, que havia garantido suas propriedades, quando o clero e a nobreza ameaçavam retomá-las. Assim, Luís Napoleão foi eleito com 5,5 milhões de votos contra 1,5 milhão de seu concorrente.
O mandato do presidente francês era de quatro anos e a Constituição proibia a reeleição. Em 1852, ele teria que deixar o poder, o que não era sua intenção. Luís Napoleão, articulou um golpe de Estado que acabaria com a república e o tornaria imperador, desfechado em 2 de Dezembro de 1851. Queria reeditar o golpe do tio, que, com o golpe do 18 de Brumário, acabou com a Primeira República Francesa e criou o império napoleônico. Por ironia, Karl Marx, dirigente socialista, apelidou o golpe do sobrinho como 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Diz Marx: "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira como tragédia, a segunda como farsa. Caussidière por Danton, Louis Blanc por Maximilien de Robespierre, a Montanha de 1845 pela Montanha (Jacobinos) de 1793, o sobrinho pelo tio".
Com o golpe,