Os três estados do capital cultural
Introdução
A noção de capital cultural impôs-se, como uma hipótese indispensável para dar conta da desigualdade de desempenho escolar de crianças provenientes das diferentes classes sociais, relacionando o “sucesso escolar”. O sucesso ou fracasso escolar como efeito das “aptidões” naturais, quanto às teorias do “capital humano”.
“Aptidão” ou o “dom” são também produtos de um investimento em tempo e em capital cultural. O rendimento escolar da ação escolar depende do capital cultural previamente investido pela família e que o rendimento econômico e social do certificado escolar depende do capital social também herdado – que pode ser colocado a seu serviço.
O capital cultural pode existir sob três formas: no estado incorporado, ou seja, sob a forma de disposições duráveis do organismo, no estado objetivado, sob a forma de bens culturais – quadros, livros, dicionários, instrumentos, maquinas, que constituem indícios ou a realização de teorias ou de criticas dessa teoria, de problemáticas, etc.; e, enfim, no estado institucionalizado, forma de objetivação que é preciso colocar à parte porque, como se observa em relação ao certificado escolar, ela se refere ao capital cultural – de que é, supostamente, a garantia – propriedades inteiramente originais.
O estado institucionalizado
A objetivação do capital cultural sob a formula do diploma é um dos modos de neutralizar certas propriedades. Com o diploma, essa certidão de competência cultural que confere ao seu portador um valor convencional, constante e juridicamente garantido no que diz respeito à cultura. Basta pensar no concurso que a partir das diferenças infinitesimais entre performances, produz descontinuidades duráveis e brutais, do tudo ao nada, como aquela que separa o último aprovado do primeiro reprovado, e institui uma diferença de essência entre a competência estatutariamente reconhecida e garantida e o simples capital cultural, constantemente intimado a