Resumo de "os três estados do capital cultural"
Pierre Bourdieu
Capital cultural são todos os instrumentos que compõem a história de certa cultura. Isso envolve o modo de viver, os hábitos adquiridos, a língua, algumas noções, ou seja, os bens simbólicos. De forma mais ampla, o capital cultural de um indivíduo ou uma sociedade é tudo aquilo que permite o consumo e a produção dos bens simbólicos.
De acordo com Bourdieu, o capital cultural se manifesta nas desigualdades do desempenho de cada criança. Pode-se afirmar que aquela com mais capital cultural tem mais facilidade de absorver o conteúdo escolar, ao passo que aquelas com menos capital cultural têm mais dificuldade. O conhecimento da língua culta, por exemplo, é um tipo de capital cultural que facilita no entendimento de certos assuntos escolares. Sendo assim, a distribuição do capital cultural é o que, de fato, influencia nos benefícios específicos que algumas crianças têm no mercado escolar, e não as aptidões naturais, como acreditava-se.
Bourdieu enfatiza um caso muito comum, onde um economista, querendo o melhor para seu filho, investe grande capital econômico para botá-lo no melhor colégio o mais cedo possível. No entanto, o adulto deixa escapar o investimento mais determinante e oculto de todos, que é a transmissão doméstica do capital cultural. A transmissão do conhecimento que é passada hereditariamente é de suma importância para o desenvolvimento escolar da criança, e leva certo tempo. Portanto, para que o jovem desenvolva seus “dons”e suas “aptidões” é preciso que a família invista previamente em capital cultural.
Segundo Bourdieu, esse capital cultural pode existir de três maneiras: no estado incorporado, no estado objetivado, e no estado institucionalizado.
O estado incorporado refere-se à situação na qual o capital cultural torna-se parte da pessoa, pressupondo um trabalho de inculcação e de assimilação, como por exemplo, o domínio da língua culta, ou as informações escolares. Isso