Pierre Bourdieu
Débora Cardilho RIBEIRO1
RELATÓRIO
Em “A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura”, o autor analisa as diferentes formas de desigualdades na escola.
Bourdieu verifica, por exemplo, as desigualdades no ensino superior – jovens da alta classe social tem muito mais chances de ingressar na universidade que o filho do assalariado, do operário, e daquele de classe média.
Analisando a origem dessa desigualdade, o autor verifica que cada família transmite a seu filho uma herança cultural, um capital cultural, que é a responsável pela diferença inicial das crianças diante das experiências escolares e, por via de consequência, pelas taxas de êxito.
O capital cultural, entretanto, não significa tão somente grau universitário do familiar, mas principalmente é o grau cultural dos pais que influencia sobre o êxito escolar do filho.
Mais adiante, verifica-se que uma análise multivariada, tendo em conta não apenas o grau cultural dos familiares como um todo, mas também o ramo do curso (clássico, moderno, etc), e o tipo de estabelecimento (instituição pública ou privada), permite explicar quase totalmente as diferenças no êxito escolar dos diferentes grupos de alunos.
Verifica ainda que a parte mais importante da herança cultural se transmite de maneira osmótica, sem muito esforço ou ação manifesta, o que acaba por contribuir, nos membros da classe culta, à convicção de que seus conhecimentos e suas aptidões são oriundos de seus dons inatos (de origem), não lhes parecendo resultar de uma aprendizagem.
Quanto à escolha do destino, o autor constata que o nível de aspiração dos indivíduos se determina, na maioria das vezes, em referência às probabilidades de atingir o alvo visado, de modo que aquele que vence tende a situar o seu próximo alvo um pouco acima de seu último êxito, elevando aos poucos o seu nível de aspiração.
Bourdieu relata pesquisas que evidenciaram que o sucesso dos estudantes