Pierre Bourdieu
Pierre Bourdieu teve um papel fundamental no estudo sociológico da cultura. Durante a sua pesquisa, o sociólogo estabelece para análise dessas temáticas, o uso dos conceitos de
“campo” e de “habitus” e aplica-os em diversos universos simbólicos: língua, religião, arte e ciência, instrumentos de conhecimento e de construção do mundo.
Comecemos por identificar os elementos que condicionam o comportamento dos indivíduos a nível cultural, segundo Bourdieu. Quais são os processos de recepção cultural do público da cultura erudita? Qual é a constituição social desse público? O que é que o influência a consumir os produtos e espaços artísticos de um modo “distinto” e “distintivo”?
Embora existam elementos que tenham influenciado a alteração do comportamento cultural das sociedades contemporâneas, o consumo de bens simbólicos não se tornou uma prática comum a todas as classes sociais.
É também do nosso conhecimento que diversos fenômenos e acontecimentos tiveram um impacto elevado no modo como as sociedades consomem a cultura. O desenvolvimento da escolarização, a difusão dos media, o progresso das tecnologias de comunicação ou a dilatação da classe média são algumas das causas a apontar como responsáveis pela alteração do modo como o indivíduo socializa e adquire conhecimento. Analisando as causas acima referidas, aceitamos que não podemos criticar o consumo cultural recorrendo à dicotomia entre o indivíduo culto e o indivíduo que não o é. Contudo também não podemos declarar verdadeiramente que assistimos a uma difusão cultural igualitária.
Na verdade, temos assistido a uma divisão das classes culturais, situação que resulta nos diferentes grupos sociais, num conjunto de vivências distintas. Ou seja, obtém-se resultados diferentes entre o público com aptidões culturais superiores e o público dos meios de comunicação social, dos meios de difusão massiva.
Sendo assim, assistimos a uma busca do indivíduo pelo consumo da