Os lusíadas - episódio do adamastor
Foi o maior poeta de Portugal, Luís Vaz de Camões, quem primeiro aclamou, na sua imortal obra "Os Lusíadas", a figura mitológica do gigante Adamastor. O episódio do Adamastor, em 24 estâncias do canto V (37-60) de "Os Lusíadas", é a parte culminante do poema épico, porque põe frente a frente a violência e o horror das tempestades marítimas, representadas pelo gigante Adamastor, e a audácia e a coragem dos navegadores portugueses ao quererem desbravar os oceanos desconhecidos. Camões estabeleceu um diálogo entre relâmpagos e trovões e Vasco da Gama a caminho da Índia, estando o Cabo das Tormentas personificado como o terrível Adamastor.
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Estrutura Externa
O episódio do Gigante Adamastor é o mais rico e complexo do poema. De natureza simbólica, mitológica e lírica. Ele é composto por 24 estrofes, 192 versos, (canto V, 37 - 60), assim distribuídas: Estrofes 37-40: Aparecimento – Introdução
Estrofes 41-48: Discurso do Gigante (Maldições do Adamastor) Estrofe 49: Vasco da Gama interroga-o – Transição
Estrofes 50-59: Adamastor responde referindo a sua origem e destino Estrofe 60: Desaparecimento – Epílogo
Como se vê, há uma distribuição muito equilibrada das partes: das vinte e quatro estrofes, quatro se destinam à introdução, transição e epílogo; as vinte restantes, divididas ao meio, apresentam o herói da sequência.
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Estrutura Interna
No plano histórico, simboliza a superação pelos portugueses do medo do “Mar Tenebroso”, das superstições medievais que povoavam o Atlântico e o Índico de monstros e abismos. Adamastor é uma visão, uma aparição, uma alucinação que existe só nas crenças dos portugueses. É é contra os seus próprios medos que os navegadores triunfam.
No plano lírico é um dos pontos altos do poema, retomando dois temas constantes da lírica camoniana: o do amor impossível e o do amante rejeitado.
Foco Narrativo
Tanto Vasco da Gama como o Adamastor aparecem como narradores e como personagens. Boa parte do episódio