O pequeno Principe
Índice
1 O herói
2 A cruzada contra o Mouro
3 A epopeia e a sua estrutura interna e externa
4 Os narradores e os seus discursos
5 Estrutura Externa d'Os Lusíadas
5.1 Canto III
5.2 Canto IV
5.3 Canto V
5.4 Canto VI
6 Observações sobre alguns episódios
6.1 O Concílio dos deuses olímpicos
6.2 Um episódio lírico-trágico
6.3 A écloga da Ilha dos Amores
7 A Máquina do Mundo
8 Os Lusíadas e a matemática
9 Texto completo de Os Lusíadas
10 Versões estrangeiras de Os Lusíadas
O herói
O herói da epopeia é coletivo, como o título indica, o Lusíada, ou o filho de Luso, isto é, os Portugueses. Se olharmos às estrofes iniciais do discurso de Júpiter no Consílio dos Deuses olímpicos, que abre a parte narrativa, facilmente captamos a orientação laudatória do autor:
Desde Viriato e Sertório, a gente de Luso é um povo predestinado pelos Fados para grandes empreendimentos. O desenrolar da sua história atesta-o, pois, além de ser marcada pelas sucessivas e vitoriosas lutas contra Mouros e Castelhanos, mostra-nos como uma nação tão pequena descobre novos mundos ao Mundo e impõe a sua lei no concerto das nações.
No final do poema, constatamos ainda que se confirma, na Ilha dos Amores, verdadeiro fecho pela ficção da gloriosa caminhada portuguesa através dos tempos, o receio uma vez expresso por Baco de que os Portugueses viessem a tornar-se Deuses.
Os feitos gigantescos dos Descobrimentos portugueses e o «novo reino que tanto sublimaram» no Oriente, e certamente as recentes e tão extraordinárias façanhas do «Castro forte» (o vice-rei D. João de Castro), falecido poucos anos antes do poeta aportar a terras indianas, foram sem dúvida