Os limites da semantica e da pragmatica
Aline Soler Parra
As questões concernentes aos limites da semântica e da pragmática levam em consideração teorias de lingüistas como Austin, Ducrot e Grice, em detrimento às versões teórico-lingüísticas anteriores que tinham como base, operadores e conectores argumentativos, que tentavam descrever as unidades lexicais da língua.
As teorias relativas à semântica e à pragmática envolvem perspectivas não-referenciais da língua, ou seja, uma relação de interdependência das palavras, através de uma “rede de encadeamentos discursivos” (Ducrot 1998:17), carregados de ideologias, que abordam as condições externas à linguagem como, por exemplo, o ambiente e as condições de produção do discurso, o uso normativo pelos falantes de uma determinada língua, etc.
As considerações feitas por Ilari e Geraldi (1985:66) focalizam a importância dos fenômenos da dêixis – ato de mostrar através de palavras – que garantem a distinção entre a “linguagem humana de linguagens artificiais; tornando-a apropriada para o uso em situações correntes”, ou seja, as palavras e formas dos dêiticos permitem interpretações estritamente ligadas a determinadas situações, analisadas pragmaticamente. É pelo uso efetivo da língua, como ação tipicamente humana, social e intencional que Austin tenta estabelecer critérios para definir o caráter performativo da linguagem, ou seja, o poder que esta faculdade humana tem de praticar ações através dos atos de fala. Percebendo a dicotomia existente entre os performativos e os constatativos e a deficiência dos critérios lógicos de verdade e falsidade, Austin formula uma distinção entre constatativos e performativos, designando, respectivamente, os enunciados que constituem apenas afirmações e os enunciados através dos quais realiza-se uma ação.
Uma comunidade lingüística sedimenta e compartilha as regras e as normas de uso da língua, o que a torna suscetível a