Os jovens erram mais por vivacidade do que por maldade
Passados muitos anos e tendo às costas uma rica experiência de bons resultados, eu podia afirmar que “com os jovens, torna-se castigo o que se faz passar como tal”. Eu queria que se entendesse que o castigo deve servir para melhorar as coisas e não piorá-las. Uma breve privação de afeto, um olhar tristonho, uma atitude mais reservada e séria, uma palavrinha ao ouvido dita com doçura e paciência, eram meios dos quais me servia para corrigir e delimitar possíveis comportamentos inconvenientes.
Entre os jovens aceitos, nem todos eram como Domingos Sávio. Aconteceu certo dia que um pobre assistente, talvez não muito aceito pelos mais velhos, perdeu a paciência e acabou por distribuir sonoros tabefes na tentativamente de impor-se. Criou-se, então, um clima de surda resistência que podia acabar de um momento a outro numa perigosa forma de insubordinação descontrolada. Todos esperavam que eu me pronunciasse; e o fiz depois das orações da noite, no momento do “boa-noite”. Como o rosto muito sério, passei a dizer qual era o nosso estilo de educação, manifestei a frustração provada ao saber que um deles fosse tratado tão duramente e que por sua vez tivesse cometido uma falta grave de respeito e de obediência para com quem era encarregado de manter a disciplina. Esclarecidas as coisas, terminei dizendo: “de um lado, jamais aconteçam insultos, de outro, jamais violências”. Dera o clássico golpe, um no cravo e outro na ferradura. Depois, fiz uma pausa, o meu rosto abriu-se num sorriso e retomei a minha fala: