Que fazer
A CRÍTICA SEM FRONTEIRAS
Edgar Morin procura através das críticas dizer que não temos respostas para tudo. Mas levantamos questões sobre tudo.
O essencial é, atualmente, “desacademizar”, mas não se trata somente de uma tarefa temporária, preliminar, de desobstrução. Trata-se de preservar, permanentemente, a exigência crítica. Frequentemente nos dizem: “Vocês são negativos demais, muito pouco positivos.” Mas não concebo limites além dos quais a crítica se tornaria prejudicial ou estéril.
O espírito crítico é uma força positiva. O que nos define, em arguments, é essa falta de receio no que diz respeito ao negativo: É o conhecimento do princípio de uma crítica sem limites nem fronteiras.
Esse princípio crítico está ligado ao nosso próprio papel de intelectuais que podem constituir tanto a “classe descontente” quanto a classe carismática ou mística, e a crítica está ligada ao princípio da ressurreição da esquerda no mundo.
VERDADEIRA E FALSA ESPERANÇA
Também nos dizem: “Vocês não trazem esperança, a saída, a abertura.” Podemos efetivamente trazer esperança, pronunciando as palavras chaves, fazendo tremular alguns verbos-estandartes, mas rejeitamos a esperança iluminista. Aprendemos o desencanto. Mas a verdadeira esperança é a esperança que se afirma em um mundo desencantado.
A esperança é a confiança nos recursos, na invenção, no engenho, na bondade com que são distribuídos nos cromossomos da espécie humana. A esperança é manter ímpetos, as aspirações, por uma nova vida, é ficar móveis e mobilizáveis. O contrário da esperança não é a lucidez – o desencanto, mas a resignação.
Certamente, não podemos levar nada àqueles que pedem que lhes seja dada a boa nova, e respondemos a essa reivindicação pela negação, uma vez que nosso papel, hoje, é anunciar que não existe boa nova. Cabe a nós provar que se pode viver, isto é, esperar, que se pode agir e combater sem boa nova.
SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE
Somos também reprovados por permanecemos