Os Investimentos das Multinacionais Alimentares face a um Espaço Econômico Ampliado
Este trabalho apresenta evidências de um novo processo que está ocorrendo na produção e distribuição de alimentos no Mercosul. O Mercosul, constituindo um grande e dinâmico espaço livre de comercio, tem atraído investimentos tanto de origem local como internacional. As empresas que trabalham num espaço econômico ampliado à escala regional, em busca de economias de escala e de escopo, implantaram novas estruturas organizacionais. Essa nova organização procura garantir uma coerência maior tanto em relação à produção como à distribuição. Nos próximos anos a redução das tarifas alfandegárias entre os países do Mercosul deverá se completar. Estas condições têm levado a que as empresas do ramo alimentar passem a encarar suas operações de forma integrada. Aqui integração é sinônimo de interação (Everaere, 1994) visto que a coordenação de atividades externas à produção tem como objetivos a redução dos tempos mortos, a busca da qualidade e a redução de custos em geral. A logística da produção e distribuição é a chave para entendermos a estratégia das empresas que comercializam alimentos. O aumento de escala e a segmentação do mercado representam um desafio tanto para as empresas locais como para as tradicionais empresas estrangeiras.
Um desenvolvimento econômico favorável às multinacionais
Na indústria de alimentos e bebidas a ação das transnacionais se caracteriza ainda pela expansão "conglomeral". Ou seja, trabalha-se com estratégias verticais e horizontais, capturando-se unidades de produção e / ou distribuição, e realizando economias de escala de natureza financeira, administrativa e comercial (Jacquemot, 1990). A recente expansão das empresas transnacionais em países do terceiro mundo foi analisada em profundidade por Oman (1988), Green (1989) e Rama (1992) onde se observa que a principal motivação está ligada ao tamanho e à taxa de crescimento dos mercados consumidores