Resenha
A ideia principal do livro é a de que a lei é uma luta. O autor defende que a justiça não vem reparar tão somente o prejuízo monetário da injustiça, mas o sentimento do direito legal, o sentimento de que seus direitos estão sendo cumpridos, que a justiça é feita, que o responsável pela injustiça está pagando. Para embasar esta teoria ele cita exemplos como o homem que teve um objeto roubado e se confortou por perceber que o ladrão não saberia usá-lo ou do autor da execução que recebe oferta do juiz de restituição do próprio bolso (devido ao valor tão pequeno que não compensaria o dispêndio de tempo) e não aceita, pois quer que o culpado arque com o prejuízo.
Segundo, Rudolph Von Jhering, a lei não ocorre naturalmente, a justiça não é uma resposta natural quando algo de injusto ocorre. A lei é uma luta! Deve-se lutar pela lei, pelo direito. Ser atacado em seus direitos e não reagir é acovardar-se. Deve-se manter o sentimento de direito legal e lutar pela lei, cada indivíduo deve lutar a cada dia para que seu direito não seja ferido impunemente.
O posicionamento exposto no livro é excessivamente complexo para ser resumido de forma tão simplória, mas correndo o risco da superficialidade, exponho minha opinião:
Ao meu ver, o autor é bem radical por um lado, mas não deixa de ter razão. A tese formulada é fantástica, por um lado temerária (sempre mantenho um pé atrás com o radicalismo na defesa dos direitos, normalmente se esquece que o atacado também tem os dele), mas, de modo menos incisivo, concordo com Jhering. Concordo que cada indivíduo tem o dever de lutar pela lei, pela justiça, iniciando na sua esfera, pelos seus direitos