Crise capitalista e reestruturação dos estados

Departamento de Geografia da FCT/UNESP, Presidente Prudente, n. 10, v.2, julho a dezembro de 2010, p. 64-71.

A REESTRUTURAÇÃO CAPITALISTA E SUA LÓGICA EXCLUDENTE CAPITALIST RESTRUCTURING AND YOUR LOGIC OF EXCLUDE Eliane Carvalho dos Santos1
Resumo: Após o fim de décadas seguidas de expressivo crescimento econômico nos países centrais, e um crescimento não tão expressivo nos países subdesenvolvidos, a emergência da crise levou a profundas reestruturações que atingiram os Estados nacionais (com o declínio do Welfare State e ascensão do neoliberalismo) e os setores econômicos (com o aumento do poder do capital privado que age livremente em escala global). No Brasil, os impactos dessa crise levaram a escala do desemprego e a geração de processos excludentes a partir da adoção de formas de relação entre capital e trabalho que levam à precarização da condição do segundo - como a flexibilização dos contratos de trabalho, o aumento do emprego informal, da terceirização, entre outras - que foram disseminadas, piorando o quadro de pobreza e exclusão, principalmente nas regiões metropolitanas do país, quadro agravado pela ideologia de “Estado mínimo”. Dessa forma, o presente texto relaciona as facetas desse processo de ampla reestruturação capitalista com a escala da exclusão social, principalmente no Brasil. Palavras - chave: Reestruturação Capitalista; Exclusão Social; Precarização do Trabalho. Abstract: After the end of decades followed by a huge economic growth in developed countries and a growing not so big in underdeveloped countries, the emergence of the crisis led to deep restructuring that affected the nation states (with the decline of the welfare state and the rise of neoliberalism) and economic sectors (with the growing power of private capital that acts freely on a global scale). In Brazil, the impacts of the crisis led to the scale of unemployment and the generation of mutually exclusive processes from the adoption of forms of relationship between capital