os diferentes papéis da mulher brasileira
OS DIFERENTES PAPÉIS DA MULHER BRASILEIRA NO SÉCULO XIX
Sociedade patriarcal em constante mutação em inúmeros segmentos. Sociedade dominada pelo homem que fez da mulher criatura diferente, ofuscando suas qualidades e habilidades. Sim, exigia-se beleza dela, para Gilberto Freire, uma beleza mórbida, quase doentia que oscilava entre o tipo franzino e a senhora gorda. O Brasil do século XIX regia as regras sociais para a mulher através da diferenciação dos sexos. Diferenciação dos sexos onde o padrão duplo de moralidade privilegiava o homem no que se referia absolutamente a tudo. Um país basicamente rural começava a ingressar em nova fase durante o século XIX, convivência entre a estrutura escravista e as primeiras praticas capitalistas, alguns lugares incorporaram com maior rapidez as inovações que chegavam, iluminação a gás, bondes puxados a burro, os primeiros protótipos das lojas comercias, modernidade convivendo com escravos perambulando nas ruas dos centros urbanos e rurais. Mudanças estruturais, conjunturais e comportamentais. O comportamento feminino ia mostrando características que incomodavam os conservadores, na verdade quase toda uma sociedade conservadora. Mary Del Priore observa que, com essas mudanças vinham também idéias expostas em obras literárias que influenciavam as relações entre os sexos, homens e mulheres não tinham a mesma vocação e essa diferença é que fazia a felicidade de cada um. Inspirado no romantismo francês o debate que circulava entre os sexos era coberto de metáforas religiosas, possuir pudor era requisito indispensável para entrar na categoria de Santa. O cotidiano dessas mulheres durante o século XIX baseava-se nos afazeres domésticos, muitas delas não tinham interesse para a instrução, a consciência de mudança através do conhecimento era quase inexistente, quase. Mal entravam na adolescência já estavam se