Mulheres e envelhecimento
INTERGERACIONAIS E DE GÊNERO
Ana Maria Goldanii
“Pare e recalcule. As antigas demarcações e descrições da vida adulta — começando aos
21 e acabando aos 65 anos — estão completamente ultrapassadas. Pense que no dia que você completar 45 anos estará na infância de uma nova vida. Ao invés de estarem declinando, homens e mulheres estarão, de fato, iniciando uma segunda vida adulta e progressivamente fazendo passagens através de uma vida de maior significado, renovadas alegrias e criatividade — que vai muito além da menopausa de homens e mulheres. (...)Esta segunda vida adulta poderia ser dividida em duas: entre 45-65 como sendo a Idade da Sabedoria e dos 65 aos 85 e mais como a Idade da Integridade. Velho mesmo só se fica muito perto da hora de morrer. Enfim, você já se perguntou o que você poderia fazer nesta etapa da vida ? Com quem você gostaria de comparti-la, se é que o deseja? Que novas empreitadas e aventuras se propõe? Que investimentos está disposto(a) a fazer, para aprender e mudar seu estilo de vida com o propósito de fazer destes anos extras, anos bem vividos? Por quanto tempo você deseja viver?” [Sheehy
(1995) — tradução livre da autora].
Um “novo mapa da vida adulta” se consolida com a maior e diferenciada longevidade entre homens e mulheres. Isso é fundamental para entender o que ocorre com as passagens que estes fazem ao longo do envelhecimento, o qual tem início no momento em que a pessoa nasce e termina com sua morte. O caráter multidimensional e multideterminado do envelhecimento faz com que o entendimento e a variabilidade dos caminhos percorridos pelos indivíduos sejam uma tarefa complexa e obrigatória nas discussões sobre a população idosa. Isso significa ir além do comportamento e status individual e da forma de integração de homens e mulheres idosos na sociedade. Os depoimentos de idosos brasileiros alertam para os perigos das generalizações sobre a velhice e