Mulheres e envelhecimento na cultura brasileira
A expressão “o corpo” é comumente empregada por uma seleta parcela da sociedade, considerada parte integrante da elite socioeconômica brasileira, a classe média do Rio de Janeiro. Esta expressão acaba por ser utilizada para designar o corpo físico enquanto símbolo de poder e status, capaz de tornar aquele que o possui superior aos demais. As características físicas desta parcela da população são peculiares, podendo-se notar um determinado padrão em seu aspecto. Fazendo parte da elite brasileira, este grupo é privilegiado e frequentemente retratado nos meios de comunicação de massa, e assim, acaba por ter uma grande influencia nas classes média e pobre do país.
Devido à expressiva aparição deste grupo na mídia, percebe-se que o mesmo exerce um papel de referencial muito forte na população que não se enquadra no mesmo perfil. Devido às características físicas do grupo dos influenciadores, ter o corpo padrão é visto como sinônimo de aceitação e reconhecimento, usado pelos que não o têm, como veículo para a ascensão social. É neste ponto que a autora se baseia para fazer a afirmação de que no Brasil o corpo é usado como capital.
Para sustentar sua pesquisa, a autora também se vale de referências do sociólogo Pierre Bourdieu, que aponta as particularidades de um corpo que pode ser visto como capital: jovem, em boa forma, magro e sexy. O sociólogo afirma que o corpo usado neste contexto carrega determinada vantagem, que pode ser usado para se sobressair, de acordo com sua utilização, em áreas específicas da sociedade.
Feitas estas considerações, a autora discorre sobre os efeitos deste referencial