Origens Agrárias - Netto, José Paulo.
Antes 1880, o município de sertãozinho era apenas uma região de pequenos cafezais, onde também se trabalhava com plantações de diversos gêneros alimentícios e pecuária. Havia ali uma economia agropecuária diversificada com poucos vínculos com o mercado.
O oeste paulista foi à primeira área em que a produção cafeeira predominou sobre o algodão, cana e outros gêneros. A expansão capitalista no mundo agrário partiu dele, que influenciou decisivamente a política de substituição do trabalho escravo por trabalho livre e a queda da monarquia.
O Sertãozinho que viria a ser conhecido como “segundo oeste paulista” e mundialmente conhecido pelo seu café, surgiu com a marcha do café ao longo do oeste paulista, que criou fazendas, cafezais, colônias e cidades. Criou-se toda uma base agrária para sociedade capitalista. Essa nova região já era beneficiada pelas mudanças que o Oeste Paulista se propôs a conquistar a fim de promover a expansão cafeeira: a extinção da escravatura, a proclamação da republica, a imigração europeia estimulada pela burguesia agrária e a expansão ferroviária, colocando a economia do segundo oeste paulista em contato rápido com os centros mais dinâmicos da economia do café. À medida que a fronteira econômica caminhava para oeste e norte, em Ribeirão Preto, o café começava a predominar sobre os demais gêneros e a força de trabalho livre era o imigrante italiano. Ao mesmo tempo, desenvolvia-se o mercado local e crescia o vinculo com os centros mais dinâmicos do país. A monocultura cafeeira aumentava em proporção a ocupação ou concentração de propriedade fundiária, ou seja, os grandes latifúndios eram formados pela compra e anexação de sítios, resultando em grandes empresas agrícolas administradas pelos reis do café. Pequenos ou grandes produtores eram forçados a vender, entregar ou converter suas terras em cafezais. A cafeicultura possibilitou a ocupação de terras desocupadas, mas em geral o acesso às terras era legitimado por via