Organizações, Gênero e posição hierárquica.
Este artigo se insere na área dos estudos organizacionais que trata das questões referentes às relações de gênero no espaço de trabalho, por meio do qual se buscou compreender como as categorias de pensamento sobre essas relações são "construídas" na subjetividade das pessoas e como atuam no desenvolvimento da carreira profissional de homens e mulheres em uma organização bancária. A relevância desta pesquisa se fundamenta na busca de compreender como os conflitos entre gênero são mediados dentro das organizações e de indicar possíveis soluções para potencializar o processo de gestão organizacional. Os resultados da pesquisa permitiram compreender que a hierarquia sexual ainda é imposta como mecanismo de diferenciação no âmbito organizacional, e que a coexistência de ambos os gêneros num contexto social comum pode ser capaz de transformar a realidade social. Estudos desta natureza reforçam a necessidade de as organizações buscarem novas formas de trabalhar a complexidade social sem inibir as diferenças existentes, pois assim cada um, em sua singularidade, pode contribuir efetivamente para o desenvolvimento organizacional.
Palavras-chave: Representações sociais, relações de gênero, espaço organizacional, pós-estruturalismo, realidade social.
INTRODUÇÃO
As transformações constantes, o aumento da competitividade, juntamente com os avanços tecnológicos, tornam o ambiente no qual as organizações estão inseridas mais complexo e dinâmico, remetendo-as à convivência com uma maior diversidade interna. Essa diversidade aumenta a complexidade organizacional, mas pode ser também vista como um novo foco de riqueza para as organizações contemporâneas. O desafio é utilizá-la no desenvolvimento das organizações. Porém, para que isso seja possível, os ambientes organizacionais precisam ser mais flexíveis e transparentes, de forma a permitirem maior interação entre seus membros. Deve-se perceber a convivência de indivíduos com características diversas, não