Síntese da Introdução de "O Segundo Sexo"
No início da introdução do livro “Le Deuxième Sexe” de Simone de Beauvoir, a autora indaga a questão: “qual é a definição de mulher?”. Durante o desenvolvimento de seu pensamento, menciona as correntes filosóficas do nominalismo (na qual, tudo que conhecemos é apenas um nome, uma ideia, mas nada é real), do conceitualismo (na qual, tudo é apenas um produto de nossa mente) e racionalismo, afirmando que estas são antiquadas. Isto, pois para elas, “mulher” não tem conteúdo específico, como se as mulheres fossem apenas um conceito arbitrário proveniente da palavra “mulher”. Negar a diferenciação entre os sexos, segundo de Beauvoir, é equivocado, pois por mais que ela seja superficial, ela existe.
Visto que há, de fato, uma diferença entre os sexos de Beauvoir explicita que os termos “masculino” e “feminino” são apenas uma questão de forma, como designando conceitos biológicos, mas os termos “homem” e “mulher” não. O “homem” sempre terá uma vantagem na humanidade e, para retratar essa questão, a autora afirma que a situação é como uma distorção nos polos elétricos, na qual o polo positivo e neutro abrangem o “homem” e o negativo a “mulher”, o que limita a liberdade e autonomia desta, que fica presa em sua própria subjetividade e submissa às vontades daquele, principalmente as sexuais. Citando o filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel, de Beauvoir afirma que é natural considerar o diferente inferior, mas no caso do colonialismo ou das nações atualmente, com o tempo os grupos foram forçados a perceber a reciprocidade entre suas relações, foram forçados a relativizar a cultura do “outro”. Mas, então, por que isso não ocorre entre os sexos? De onde vem essa submissão das mulheres aos homens?
Para fundamentar sua hipótese, de Beauvoir estabelece uma série de exemplos e comparações entre as mulheres e outras minorias, iniciando com os negros e judeus. Estes dois últimos grupos,