opressão e liberdade
Por Evanildo Bechara Resenhado por Ana Clara Gonçalves Alves de Meira[1] . A obra O ensino da gramática. Opressão? Liberdade? é geralmente designada por ser uma análise que evoca a crise da escola e o coloquialismo o qual caracteriza as formas de comunicação contemporânea. Apesar de essa definição permitir uma idéia geral da obra, procuraremos detalhar as questões relativas ao ensino da gramática, já que Bechara (2002), ao analisar como tem sido o estudo da língua materna ao longo dos anos, demonstra como o docente poderia nortear esse estudo de modo mais eficaz. As primeiras considerações realizadas pelo autor acima, referem-se ao fato de que desde os gregos, o ensino de língua materna esteve ligado ao aprendizado da gramática escolástica. Assim, podemos estabelecer, a partir de tais considerações, um paralelo com o ensino de gramática da atualidade que ainda privilegia a gramática normativa, as regras, a norma culta. Ao se refletir sobre o ensino de gramática, o linguista italiano, Antonino Pagliaro apud Bechara (2002) afirma que a gramática deveria ser chamada de epistéme, ou seja, um conjunto de saberes nos quais estariam inseridos tanto conhecimentos teóricos como práticos. Entretanto, a escola, geralmente, prioriza um ensino de língua materna e estrangeira voltado para o aspecto formal, sem valorizar a expressão e a fala. Se fizermos um paralelo entre o que foi enfatizado nas escolas no que se refere à aprendizagem dos alunos, nota-se que se valorizaram critérios que se assemelham aos defendidos pela teoria estruturalista e gerativista. Já as teorias funcionalistas e as da enunciação foram, muitas vezes, “esquecidas”. Conforme Bechara (2002), com o progresso da ciência, da linguagem, a gramática se enriqueceu com dados novos que contribuíram para que a sala de aula se tornasse “um palco de erudição” (BECHARA, 2002 p.34). Desse modo, enfatizou-se o