Obesidade atividade
José Augusto Rodrigues dos SANTOS
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal
Nos dias de hoje a obesidade é um grave problema epidemiológico, responsável directa por uma séries de patologias (e.g. diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, problemas ósteoarticulares) e com profundas implicações económicas nos países ocidentais. Actualmente, no mundo, existem cerca de 150 milhões de obesos e perto de 250 milhões de pessoas com excesso de peso, e o panorama tende a piorar segundo todos os observatórios epidemiológicos. O problema é grave a vários níveis, sendo-o também ao nível da auto-estima das pessoas. Atentemos nos lógicos sentimentos de revolta da jovem australiana quando viu o seu governo impedi-la de adoptar uma criança por ser demasiado gorda. Foi-lhe dito que não reunia condições motoras e comportamentais para funcionar adequadamente no seu papel de mãe adoptiva. Terrível libelo social contra a obesidade.
Hoje em dia é difícil de discernir qual é o inimigo número um da saúde pública - o tabaco ou a obesidade.
De acordo com um estudo que coligiu dados de 3.457 voluntários e levado a cabo entre 1948 e 1990, as pessoas que apresentam excesso de peso aos 40 anos de idade, têm uma redução de pelo menos 3 anos na esperança de vida quando comparadas com as pessoas magras. Parece que ser gordo na meia-idade é tão mau como fumar. Segundo o estudo, mulheres obesas não fumadoras perdem em média 7.1 anos de vida, enquanto os homens, nas mesmas condições, perdem 5.8 anos. O Dr. Serge Jabbour, director-clínico no hospital da Universidade Thomas Jefferson, Filadélfia, afirma que ter excesso de peso aos 30-40 anos, mesmo que se perca peso mais tarde, comporta um elevado factor de risco de morrer mais cedo. O fumar piora a situação, já que uma mulher obesa-fumadora morre 7.2 anos mais cedo que uma com peso normal e 13.7 anos mais cedo que uma não-fumadora com peso normal. Nos homens,
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