Número 2
Izadora Fontoura
No tempo em que se faz alusão a tantas democracias, tantos rumores e tanta liberdade falseada, podemos perceber a que ponto chegamos em questão de “mundo”. Isso foi uma pequena frase demonstrativa que quis ter o mínimo acesso que fosse, de minha parte, ao que pude sentir ao ler “O que é Ação Cultural”, de× Coelho. Mais que ler, é entender o quanto sua indignação e posição diante dos fatos é verdadeira e voraz.
A forma expressa no livro, principalmente voltada à questão de definição e exemplificação da cultura nos dá esse parâmetro. “Quem tem a arte em si, diz× Kraus, não precisa de motivo exterior que é a exposição”. Acho muito boa essa frase que× Coelho destaca em meio a tantas outras. Ora porque hoje em dia se diz preciso expor, ora porque uma parte o faz. Acho que deve haver uma limitação quanto a esse termo. Precisa-se enxergar muito mais que o supérfluo; que o óbvio em cada ação como artistas.
Ler o livro de× Coelho enxerta essas questões tão fortemente, que vontades por vezes contidas em nosso âmago, teimam em libertar-se.
Passamos a outro ponto, a diferenciação entre Ação Cultural e Ação Educativa. Temos como ação cultural a procura e viabilização do êxtase, sair do contexto em que se encontra, enxergar acima, sobre; para assim, enxergar por dentro. Porém, como vemos no livro, Teixeira se refere à educação como o oposto, oposto ao ex-stase, ou seja, resumidamente, preparar-se para o que está, para o que é, para o que existe. Então cultura e educação formam objetos de interpretação diferentes, pois têm objetivos diferentes; porque são, em suma, diferentes.
Porém, no capítulo seguinte, Teixeira Coelho nos explica que a educação pode ser uma modalidade da cultura. Porém, a ação cultural vai além do tornar educação uma modalidade de cultura. Até porque, se fôssemos aceitar transformar ação cultural em ação educativa, estaríamos limitando muito nosso campo, pois que o caminho da ação