Nós os humanos
INTRODUÇÃO 7 1. Corpo, alma e sociedade 2. Amor e sexo
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sumário
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3. Amor e vaidade •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 53 4. Amor e vícios •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 80 5. Amor e razão •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 108 6. Do que somos capazes •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 132
Nós, os humanos
I
Esse livro é composto de seis ensaios que escrevi ao longo dos anos 1990. Cinco deles correspondem a versões atualizadas – e amadurecidas – de textos que publiquei sob o título “Considerações complementares” na antiga edição de Uma nova visão do amor. O primeiro nunca foi publicado em livro e dá o tom que tentei imprimir ao conjunto do trabalho. Trata da forma como nós, os humanos, fomos capazes de utilizar as potencialidades do cérebro. O primeiro ensaio define a diretriz que tem norteado minhas reflexões acerca da nossa condição biopsicossocial. Entendo a razão como um fantástico subproduto da atividade cerebral. Fantástico porque ganha vida própria e, ao menos em parte, se torna autônoma, capaz de influir sobre o corpo e também de gerar normas ordenadoras da vida social. Essas regras têm estado, mais que tudo, a serviço de organizar os meios de produção e regulamentar a distribuição das riquezas que derivam daí. Boa parte das minhas considerações visa demonstrar como, nos dias que correm, temos sido mais que tudo influenciados por crenças que emanam da complexa trama social na qual estamos mergulhados. A impressão
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introdução
Nós, os humanos
Flávio Gikovate
que tenho é de que perdemos as rédeas dos processos que nos são mais relevantes, deixando-nos dominar cada vez mais pelos componentes biológicos e sociais que nos constituem. Nossa alma – termo tradicionalmente usado como sinônimo de razão –, entidade que nos