Não disjunção
A Síndrome de Klinefelter é uma anormalidade cromossômica numérica, resultante principalmente de erros na disjunção pré-zigótica ou na pós-zigótica. A disjunção pré-zigótica ocorre durante a gametogênese dos pais, tanto na Meiose I quanto na Meiose II. Já a disjunção pós-zigótica ocorre durante as divisões mitóticas depois que o zigoto é formado.
A não disjunção meiótica corresponde a aproximadamente 90% dos casos da síndrome de Klinefelter. Os erros podem ocorrer durante a separação dos cromossomos homólogos (Meiose I), durante a separação das cromátides irmãs (Meiose II), ou, em casos mais raros, em ambas.
Para o controle desses erros, as células possuem um mecanismo de controle: o spindle checkpoint (ponto de checagem do fuso). Durante a meiose, o cinetócoro (disco de proteína localizado no centrômero que se liga as fibras de fuso) é ativado por proteínas especializadas. No entanto, as ligações dos cinetócoros com as fibras de fuso (microtúbulos) não ocorrem ao mesmo tempo, e alguns homólogos podem se mover em direção ao mesmo polo do fuso. Para que isso não ocorra, o spindle checkpoint atrasa a anáfase, dando tempo para que o cinetócoro livre ligue-se corretamente as fibras de fuso.
Caso o spindle checkpoint esteja comprometido, a segregação cromossômica ocorrerá antes que todos os homólogos estejam pareados. Isso pode levar a erros como a monossomia ou a trissomia( como é o caso da Síndrome de Klinefelter).
Esse comprometimento pode estar relacionado ao funcionamento da proteína MAD2 (Mitotic Arrest Deficient 2). A presença dessa proteína é essencial para que o spindle checkpoint ocorra normalmente. Uma mutação na MAD2 pode levar a um aumento na taxa de não-disjução durante a meiose I, porém não ocorre um aumento significativo durante a meiose II. Provavelmente isso acontece porque as cromátides irmãs estão conectadas diretamente ao cinetócoro, oque garante a ligação com o microtúbulos do polo correto.
Outro fator para a disjunção