Nutrição
Júlio Tirapegui e Renata Rebello Mendes A relação da alimentação com o bem-estar físico e o pleno desenvolvimento mental e emocional já era conhecida na Antigüidade. Tal conhecimento tornou-se público através de Hipócrates, que escreveu sobre higiene, repouso e boa alimentação. Nos séculos XVIII e XIX, os estudos sobre o corpo humano eram realizados por físicos e químicos. Os processos de combustão de alimentos e respiração celular começam. a ser desvendados, em 1770, por Lavoisier e seus seguidores. Esta correlação foi essencial para trazer ao mundo científico da época o tema da alimentação. No período de 1857 a 1890, Pasteur contribuiu para afirmar a necessidade do estudo dos alimentos de forma mais abrangente. Em 1919, Benedict constatou que à medida que as pessoas sobrevivem com pouco alimento seus processos fisiológicos modificam-se de tal modo a conservar apenas a energia básica para a sobrevida. Suas superfícies tornam-se menores e mais frias, o pulso mais lento e a atividade física espontânea diminuída. As características sexuais secundárias desaparecem e a personalidade se altera. Uma das maiores contribuições para o desenvolvimento dos princípios da nutrição foi feita por Pedro Escudero, médico argentino, que, em 1937, introduziu o estudo da alimentação e da nutrição nas escolas de medicina de seu país, como uma nova visão da clínica médica. Com essa inovação, Escudero pôde divulgar as Leis da Alimentação, por ele estabelecidas, aos profissionais que coordenavam as equipes de saúde, e romper com o empirismo que até então cercava o tema da alimentação. Atualmente, o estudo da nutrição abrange campos mais diversificados, como as mais diversas áreas da saúde, bromatologia, engenharia de alimentos e biotecnologia. No Brasil, a profissão de nutricionista, regulamentada, surgiu há pouco mais de 20 anos. Inicialmente, o principal problema de saúde pública estudado pelos profissionais de nutrição era a desnutrição, o que tornou-se um dos