Novo modelo de acumulação e suas consequências
LEITE, Márcia de Paula.
O paradigma Produtivo. In: Trabalho e Sociedade em Transformação: mudanças produtivas e atores sociais. p 33.-61. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.
Leite em sua obra busca elucidar sobre o novo modelo de acumulação em que nos encontramos, dando enfoque às características e as condições que propiciaram o surgimento deste modelo. Para isto, conta com fontes como a Escola de Regulação e diversos autores, dos quais alguns serão citados no decorrer deste texto. Para a referida escola, acima citada, o fim do pacto do fordismo entre outros acontecimentos caracterizou-se como o processo de transição para um novo modelo de acumulação denominado de flexível, onde este ao se consolidar designará posteriormente o paradigma emergente. Para Offe (1985) as transformações que estavam ocorrendo na organização do trabalho, eram resultado de um “capitalismo desorganizado”, contudo em contraposição Harvey defendia a tese de que era neste momento em que o capitalismo estava,
se tornado cada vez mais organizado através da dispersão, da mobilidade geográfica e das respostas flexíveis nos mercados de trabalho, nos processos de trabalho e nos mercados de consumo, tudo isso acompanhado de pesadas doses de inovação tecnológica, de produto e institucional (HARVEY, 1993: 150-151).
Santos (1996) contribui para nosso estudo caracterizando como re-hegemonização do princípio de mercado e de colonização inserido no contexto da globalização econômica. Percebe-se claramente a hegemonia do capital financeiro sob a égide da ideologia do neoliberalismo. Se acentua o papel do estado no que tange a promoção do desenvolvimento e implantação de instituições do Estado de Bem-Estar Social. Em paralelo há o desmonte do Estado Providência assim como sua saída das atividades econômicas e as instituições que perdem seu poder frente à regulamentação das relações de trabalho como a regulação da vida