Tempo de Mudança
A crise do petróleo dos anos 70 constitui um dos marcos para as mudanças no capitalismo fordista, rígido e burocrático, que já dava sinais de fraqueza a partir dos anos 60. O choque do petróleo – que não foi um movimento político pela preservação do meio ambiente, mas uma oportunidade que os países árabes tiveram para valorização de suas exportações a partir da guerra árabe-israelense de 1973 – fez lembrar ao sistema econômico dominante que os recursos naturais não renováveis são limitados e que o planeta precisa de novas tecnologias para produção de energia alternativa. A recuperação econômica da Europa Ocidental e do Japão no pós-guerra, que atinge suaplenitude nos anos 60 com a saturação dos respectivos mercados internos, impulsiona a busca por mercados de exportação para seus excedentes, competindo com os interesses dos Estados Unidos e aumentando e demanda global por energia. Para Harvey (2010), o problema fiscal dos Estados Unidos que resultou em inflação; as políticas de substituição de importações nos países do Terceiro Mundo, sobretudo na América
Latina; e o movimento das multinacionais em direção ao Sudeste Asiático “geraram uma onda de industrialização fordista competitiva em ambientes inteiramente novos, nos quais o contrato social com o trabalho era fracamente respeitado ou inexistente.”
(HARVEY, 2010, p. 135). O dólar é desvalorizado com a adoção de taxas de câmbio flutuantes, encerrando-se assim o acordo de Bretton Woods, que o havia elegido como moeda internacional de trocas. O surgimento de uma nova dinâmica competitiva no plano global passou a exigir mais eficácia das organizações corporativas que haviam sido constituídas no padrão fordista-keneysiano em sintonia com as políticas públicas de bem-estar social. A competição passou a exigir redução de custos, sendo necessário, portanto, transformar o sistema existente. Nesse sentido:
“A mudança tecnológica, a automação, a busca de novas