Nova Geografia
O livro Por uma nova Geografia, de Milton Santos, faz uma analise crítica sobre a história da geografia, os problemas que a geografia teve para passar a ser considerada uma ciência e o anseio por criar-se uma geografia crítica. O livro é dividido em três partes: A crítica da geografia; geografia, sociedade e espaço; e por uma geografia critica.
É latente a preocupação de Milton Santos com a definição do objeto da geografia, assim como desde as primeiras vertentes da geografia clássica que tentavam definir o meio de estudo, para assim torna-la ciência. Devido a esse tardio reconhecimento, à geografia tornou-se mecanismo do Estado para representar suas ambições ideológicas.
Desta maneira os países colonizadores utilizaram a geografia como instrumento ideológico, o autor denomina esse tipo de intervenção como Geografia Colonial. O Determinismo aparece também como discurso colonizador. Devido a tanta pressão do Estado para expandir seus territórios, o Determinismo faz com que a geografia como ciência sofra sequelas até hoje, como a perca da confiança de especialistas por acharem que a geografia se limita a interpretar as condições naturais.
Seguindo a busca incessante de autores clássicos para tornar a geografia ciência, acaba por deixar a mesma muito próxima das ciências naturais, oque o autor considera um erro. A falência da geografia clássica deixa explicita a defasagem do pensamento clássico, principalmente a ideia de região que deve ser renovada, pois os progressos tecnológicos no sec. XX, principalmente após a segunda guerra mundial, tornaram a economia “mundializada” fazendo com que países de diferentes lugares se relacionam, tornando o conceito de região clássica ultrapassado. Com isso os avanços das mediações na sociedade, as relações travadas entre o homem e o meio necessitam de uma nova definição que a geografia clássica não consegue contemplar. Esse período de crise Milton Santos denomina como a geografia “Viúva do espaço”.