Por uma geografia nova
Disciplinas a que se chamam exatas, denominação que é, para começar, eivada de pretensão, pois o objeto da preocupação dos cientistas “exatos” é possível de evolução permanente e só por isso está sempre a sugerir novas interpretações. Cada disciplina particular é forçada a modificar, ajustar, melhorar seu próprio esquema de apreensão da realidade.
Toda Teoria é Revolucionária
Em vez de estuda-lo, a ciência se arroga o direito de criar o mundo que ela está estudando. A ciência recusa o seu papel fundamental de renovação das teorias. A potencialidade da pesquisa é limitada quando nos consagramos apenas à tarefa de testar e verificar teorias. Impõe-se, permanentemente, a criação de novas teorias. Cada vez que omitimos os elementos novos e sua exata significação, torna-se difícil, senão impossível, atingir uma conceitualização adequada. Toda verdadeira teoria é sinônimo de teoria revolucionária.
Paradigma e Ideologia
A noção de paradigma guia para a elaboração de conceitos, teorias e modelos. Fala-se, frequentemente, de um paradigma como expressando uma concepção teórica.
No desenvolvimento das ciências, cada fase é caracterizada pelo predomínio de um paradigma que expressa a concepção teórica para explicar e ordenar os fatos da ciência, orientando a formulação de problemas e pesquisas. A nova teoria substitui a antiga, reformulando a ordenação e a explicação dos fatos, assim como a escala de valor.
A chamada Geografia quantitativa jamais chegou a ser um verdadeiro paradigma. Ela não buscava interpretar os fatos tais como eles eram mas, ao contrario, seu objetivo era o de contribuir à geração de fatos segundo uma certa ideologia. Uma ideologia não é propriamente uma teoria mas o seu oposto.
A Natureza como Paradigma
A natureza pode ser definida como a realidade em sua totalidade. A natureza se encontra em estado de movimento permanente e cada um dos seus momentos é fugaz. Conhecer o presente equivale a descobrir o novo