A Ditadura da Razão e a Aversão ao Risco
A maioria das decisões tomadas pelas pessoas ocorre em situações de risco, incerteza ou ambiguidade.
Situação de risco é aquela onde a tomada de decisão de baseia apenas no conhecimento da probabilidade de ocorrência do evento. Por exemplo, no lançamento de um dado sabe-se apenas que cada número tem um 1/6 de chance de ocorrer.
Situação de incerteza é aquela onde as probabilidades não são objetivamente definidas, mas a pessoa consegue atribuir subjetivamente uma probabilidade ao evento. Por exemplo, numa corrida de cavalos quando uma pessoa acredita que um determinado cavalo tem 70% de chances de vencer.
Situação de ambiguidade é uma situação de incerteza onde uma pessoa não consegue atribuir apenas uma probabilidade ao evento, mas um conjunto delas. Por exemplo, numa corrida de cavalos onde uma pessoa acredita que um cavalo tem 80% de chances de vencer se o dia estiver nublado e 20% de chances de o dia estiver ensolarado.
Atualmente, entendemos a incerteza, desenvolvemos ferramentas filosóficas para lidar com ela, mas nem sempre foi assim. A Teoria das Probabilidades surgiu apenas no século XVI apesar de todo o seu arcabouço matemático estar praticamente pronto a milhares de anos.
Ian Hacking desenvolveu hipóteses para explicar esse atraso no surgimento da Teoria das Probabilidades algumas de ordem prática, como a inexistência de geradores de eventos (até os dados eram feitos de ossos de animais) e ausência de aplicações econômicas (os seguros surgiram somente no século XVII) e as de ordem psicológica e social.
As de ordem psicológica e social são:
Determinismo e fatalismo pessoal: antigamente acreditava-se que os acontecimentos estavam determinados e eram potencialmente previsíveis. A crença era de que a consulta a um elemento aleatório revelaria a vontade de Deus.
A crença de que Deus se manifestava por elementos aleatórios e uma teoria sobre esses fatos eram considerada uma espécie de heresia. Dessa forma, em um mundo onde religião e vida