Nouvelle vague
No cúltimo ano da década de 50 a premiação dos filmes “Les Quatre Cents Coups” de François Truffaut (Melhor Diretor), “Orfeu Negro” de Marcel Camus (Melhor Filme) e “Hiroshima, Mon Amour” de “Alan Resnais (Prêmio da Crítica) no Festival de Cannes, marca o início de um jeito novo de fazer cinema. A “nouvelle vague”, como foi chamado o movimento que marca um divisor de águas na história da cinematografia, principalmente, a francesa, trouxe propostas inovadoras e é marcada pelo surgimento de grandes mestres da sétima arte.
Em 1954, François Truffaut (1932-1984) publica um artigo na revista “Cahiers du Cinéma” que é considerado com o desencadeador do movimento francês. No artigo, chamado “Uma Certa Tendência do Cinema Francês", Truffaut critica o cinema clássico e também aborda a teoria da “câmera-stylo” que Alexandre Astruc (1923) havia proposto em 1948 e que propunha ser o cineasta tal qual um escritor que escreve com sua câmera.
Nas décadas anteriores podem ser encontrados alguns cineastas, como o próprio Alexandre Astruc, Jean-Pierre Melville, Agnès Varda, Roger Vadim e Loius Malle, entre outros,que, de certa forma, já vinham demonstrando um anseio pela mudança, seja por lançarem mão de uma narrativa diferente da convencional ou por seguirem a teoria de Astruc, ou ainda, por utilizarem recursos diferentes do que vinham sendo usados até então e tratar de temas considerados tabus.
De modo geral, a Nouvelle Vague foi um movimento feito por críticos de cinema que resolveram passar da teoria à prática (os principais cineastas da Nouvelle Vague, François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Claude Chabrol, Jacques Rivette, Doniol-Valcroze e Pierre Kast, escreviam críticas na revista “Cahiers du Cinéma”), embora seu caráter de “movimento” por vezes seja questionado.
A Nouvelle Vague teve reflexos também em outros países onde influenciou o surgimento de movimentos como o “Free Cinema” na Inglaterra, o cinema “Underground” de Nova York, o “Novo