Nos Comunicamos
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R r ha ATÉ QUE PONTO, DE FATO,
NOS COMUNICAMOS?
Autor: Ciro Marcondes Filho
São Paulo: Paulus, 2004.
Resenhista
Paulo Moura
Professor do curso de Comunicação Social do IMES.
Neste livro, o prof. Ciro Marcondes Filho apresenta um olhar investigativo sobre os sistemas e procedimentos tidos e havidos como infalíveis ou mesmo inevitáveis em nossa sociedade. Segundo ele, “em verdade, a sociedade da comunicação é uma sociedade em que a comunicação real vai ficando cada vez mais rara, remota, difícil e vive-se na ilusão da comunicação, na encenação de uma comunicação que, de fato, jamais se realiza em sua plenitude”.
Mas o que seria, então, a comunicação? A abordagem se inicia de uma forma muito cativante: centra sua atenção sobre o ser humano, e não sobre os sistemas por ele criados – e assim fala da paixão, essencialmente humana, como uma busca quase desesperada pelo outro, por uma sintonia de corações que possa, em momentos sublimes, prescindir das palavras para dizer as coisas mais importantes.
A comunicação, como processo, “é um encontro feliz, o momento mágico entre duas intencionalidades... ela vem da criação de um ambiente comum em que os dois lados participam e extraem de sua participação algo novo, inesperado, que não estava em nenhum deles, e que altera o estatuto anterior de ambos, apesar de as diferenças individuais se manterem”. Longe de idealizar um modelo romanticamente concebido, mas enfatizando a importância da intencionalidade na
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aproximação entre as pessoas, para o autor “comunicação tampouco é instrumento, mas, acima de tudo, uma relação entre mim e o outro ou os demais”.
Em seguida, apresenta “um mapa geral das correntes de pensamento”, que se inicia com o surgimento da Filosofia (cerca de
600 a.C.) com os gregos, passa pela escolástica e os pensadores da Era
Cristã, chega ao pensamento da era moderna e aborda também as tendências contemporâneas – sempre
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