No cotidiano infantil
A partir do século XX várias mudanças significativas ocorreram na sociedade, tanto no campo cultural, tecnológico, político, como sócio-econômico. Todas essas mudanças, ainda sentidas neste século XXI, mudaram o estilo de vida das pessoas e também das crianças. Na estrutura familiar, por exemplo, o papel materno se modificou. Se este era de cuidados com os filhos e com a casa, devido ao ingresso crescente no mercado de trabalho, a mulher passa a responsabilizar-se também, juntamente com o homem, pelo aspecto financeiro e de sustento da família. A mulher saindo do lar, se insere em contextos do mercado de trabalho competitivo, assumindo posições de maior responsabilidade e consequentemente dependendo um tempo maior nessas atividades, passa a segundo Chagas et al (2005) a ter um tempo qualitativa e quantitativamente menor em casa. Além dessa mudança, outras ocasionadas diretamente na estrutura social, como a migração rural e conseqüente expansão urbana, afetaram também o estilo cotidiano de vida das pessoas. Se antes o espaço físico das ruas possibilitava à população se encontrar e interagir-se; se era mais um ou talvez até o único espaço que as crianças tinham acesso para brincar, jogar, transformou-se quase que única e exclusivamente em local de tráfego de automotivos, devido ao crescimento da população urbana e índices elevados de violência. (SAMAGAIO, 1999; NETO, 2000, 2001) Do avanço tecnológico decorreram-se inúmeras melhorias no estilo de vida das pessoas: mais conforto, rapidez, eficiência, maior comunicação, facilidade de deslocamento e de uso de serviços básicos. Porém, decorreu-se também, como relata Garcia (2002) uma aceleração absurda no ritmo de vida desses usuários. Deste ritmo de vida acelerado origina-se o que hoje é considerado o grande mal do século XXI, isto é, a falta de atividade física, ou sedentarismo. Acelera-se o ritmo de vida, alteram-se os hábitos de vida diários, ocasionando falta de tempo