O cotidiano na educação fundamental e infantil
NOGUEIRA, Monique Andries / UFG Introdução: Sendo professora de música por origem e professora de um curso de Pedagogia por opção, pareceu-me extremamente oportuno debruçar-me sobre o material oriundo do MEC dedicado à Educação Infantil e investigá-lo, tendo por suportes teóricos autores dedicados à questão da infância e outros, ligados à especificidade da linguagem musical. Devido à amplitude do material, decidi por um recorte que reunisse dois conceitos que me parecem ser centrais dentro da proposta oficial: o brincar e a música. A análise das brincadeiras musicais sugeridas no documento, concretizadas na discografia recomendada, pareceu-me uma opção adequada, que reuniria esse dois tópicos. Neste trabalho, utilizei os termos jogo e brincadeira como equivalentes, sem distinção quanto à utilização de regras ou faixas etárias. O termo brinquedo também foi utilizado no mesmo sentido na expressão brinquedo de roda, muito comum na bibliografia consultada e discografia consultadas. O recorte feito, isto é, as obras musicais recomendadas que tivessem uma ligação explícita com a brincadeira, traduz minha necessidade de esclarecer as concepções de brincadeira musical vigentes. Num país onde se estimula crianças a se vestirem com trajes sensuais e requebrarem sobre garrafas, há que se resgatar brincadeiras verdadeiramente infantis, que respeitem o desenvolvimento da criança e não façam dela uma versão miniaturizada de dançarinas-objeto. Nesse sentido, este trabalho espera ser útil para os profissionais envolvidos com a Educação Infantil propiciando o debate a respeito das práticas musicais relacionadas à infância. 1. Cultura lúdica: algumas aproximações O brincar não é uma qualidade inata da criança. “Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras, necessita