NIC I, II e III
Mundialmente, o câncer cervical constitui o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Sua incidência torna-se evidente na faixa etária entre 20 a 29 anos e o risco aumenta gradualmente com a idade. A etiologia deste tipo de câncer está associada à infecção pelo Papiloma vírus Humano (HPV), transmitido sexualmente, e à interação entre diversos fatores de risco. A infecção pelo vírus HPV precede o desenvolvimento de lesões malignas e tem sido associada a lesões precursoras de câncer cervical. O método convencional para rastreamento do câncer cervical é a colpocitologia oncológica ou teste Papanicolaou, considerado um método de baixo custo, simples e de fácil execução. Além da detecção e diagnóstico precoce e investigação periódica por meio do exame Papanicolaou, ações preventivas contra o câncer cervical por meio de orientações à população e do tratamento das lesões de colo em suas fases iniciais antes de se tornarem invasivas também são importantes.
A razão de a triagem com esfregaço de Papanicolaou ser tão eficaz na prevenção do câncer do colo uterino é que a maioria dos cânceres é precedida de uma lesão pré-cancerosa. Essa lesão pode existir no estado não-invasivo durante um período de até 20 anos, eliminando células anormais que podem ser detectadas no exame citológico.
As células alteradas presentes no esfregaço de Papanicolaou são divididas em graus de gravidade (NIC – Neoplasia Intra epitelial Cervical I, II e III) diretamente relacionados à proporção em que o epitélio cervical é substituído por células atípicas. Nas alterações celulares classificadas como NIC, as células esfoliadas apresentam uma relação núcleo-citoplasma aumentada e um padrão irregular da cromatina.
Segundo a Organização Panamericana da Saúde, NIC I corresponde à displasia leve: as células atípicas estão restritas ao terço inferior do epitélio, enquanto os dois terços superiores apresentam diferenciação e maturação normais com achatamento das células. A