Negociação
A Empresa Beta S.A., de pequeno porte, fabrica peças para tratores e tem 25 empregados. Como a maioria das empresas familiares, possui um sistema de gestão fechado, sendo as decisões totalmente centralizadas. A tradição e o passado são muito cultuados. Quanto ao futuro, a expectativa básica é manter o atual nível de produção e de mercado. A Empresa Beta S.A. conta com um grupo fiel de clientes, amigos antigos do dono, o Sr. Matos, figura extremamente carismática e trabalhadora, que está à frente do negócio desde a sua fundação há 30 anos. A tecnologia aplicada à produção das peças fabricadas pela Empresa Beta S.A. praticamente não evoluiu desde o surgimento da empresa. Há cerca de dois anos, cogitou-se em automatizar parte do processo produtivo, o que foi descartado pelo Sr. Matos: "Além de representar um gasto vultuoso e desnecessário, essa mudança acarretaria demissões. Por que mexer em time que está ganhando?" Os empregados são incentivados a manter fidelidade à empresa e ao seu dono, que se considera chefe de uma "grande família". Em troca, têm bom tratamento e a garantia de um emprego "para toda a vida". Não existem muitos conflitos, ao menos explícitos, pois são considerados inadmissíveis. O relacionamento entre os empregados pode ser qualificado como muito bom, havendo companheirismo entre eles. A maioria tem bastante tempo de casa. Alguns já estão na empresa há duas gerações, pois os filhos dos empregados têm preferência na contratação. A produtividade dos empregados não é considerada baixa, mas poderia ser melhor. Talvez falte maior estímulo à produção. As queixas mais comuns são em relação ao horário. Para os empregados, sete horas da manhã é muito cedo para iniciar a jornada, pois a fábrica está situada fora da cidade, num local de difícil acesso e mal servido de transporte. Consultado a respeito, o Sr Matos negou-se a mudar o horário. Para ele a disciplina é uma grande virtude, e acordar cedo seria um