Necessidade, estrutura e primado da questão do ser - Cap I - “Ser e Tempo” HEIDEGGER
CURSO FILOSOFIA
VINÍCIUS SANTOS DA CRUZ
Fichamento – Necessidade, estrutura e primado da questão do ser - Parte I - “Ser e Tempo” HEIDEGGER
MARÍLIA
2014
Fichamento - Necessidade, estrutura e primado da questão do ser - Parte I - “Ser e Tempo” HEIDEGGER
Heidegger inicia a Introdução desta obra com a discussão a acerca do esquecimento do ser pela filosofia ocidental. O autor postula que, a partir de Platão, a metafísica tradicional abandonou o sentido original atribuído ao ser pelos pré-socráticos e passou a desconsiderar a diferença ontológica entre ser e ente. Temos, a partir de então, o processo de entificação do ser, resultando na submissão do mundo e da natureza aos domínios da técnica.
§ 1. Necessidade de uma repetição explícita da questão do ser.
A questão do ser, objeto de estudo de Platão e Aristóteles, foi esquecida e trivializada pela metafísica. Com o esforço dos gregos para se compreender o ser, deu-se início a um dogma: a superficialidade da questão sobre o sentido do ser e a sua falta de definição. O ser é o conceito mais universal e dispensa definição. Preconceitos com raízes na ontologia antiga fundamentam o não questionamento do Ser.
“Ser” é o conceito “mais universal” e a universalidade do ser vai além da universalidade genérica, por isso que Aristóteles compreendeu a unidade desse universal transcendente perante a multiplicidade dos conceitos de gênero (unidade da analogia).
Hegel, por outro lado, compreende o ser como um “imediato indeterminado” para fundamentar sua Lógica. A universalidade do ser aponta para a necessidade de maior discussão sobre o seu sentido, a fim de torná-lo menos obscuro. O conceito de “ser” é indefinível, a universalidade do ser não permite sua determinação e que a ele seja acrescentado um ente. O ser é diferente do ente, logo, o modo de determinação do ente não pode ser aplicado ao ser.
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