Neurobiologia Vegetal e Filosofia da Ciência
A partir do século XVII surge um novo modo de pensar, herdeiro do humanismo renascentista, que transmitirá ao racionalismo a imagem do homem como “zoon logikón”, um animal racional que fala e pensa, segundo um modelo mecanicista que visa a explicação e a análise da vida do homem como a de uma máquina. Em resposta a esta perspectiva supracitada é que nasce o tema Neurobiologia Vegetal e Filosofia da Ciência – uma investigação sobre o corpo e alma vegetal, como requisito para a obtenção do título Bacharel em Filosofia. Faz-se prudente, a priori, descrever uma breve revisão sobre a opinião daqueles que delimitaram o campo da filosofia e as suas contribuições; para quando, de fato, o tema em dissertação entrar em cena, os leitores possam fazer a ponte entre o passado, o presente e o futuro.
Segundo Descartes (1596-1650) e seu modelo cartesiano para explicar a construção do conhecimento, há uma inversão da ordem tradicional do saber filosófico. Visto que antigamente ela progredia da física para a metafísica, o homem, como ser da natureza se elevava para a contemplação do mundo supra-sensível, e pelo intelecto atravessa as fronteiras da psique para alcançar o terreno da metafísica, tornando-se horizonte e confine; demarcando a fronteira entre o material e o espiritual.
Para Descartes, o ponto de partida é o método que permite ao homem partir de si mesmo, ou seja, do “cogito, ergo sum” , como fundamento indubitável da certeza do pensamento chegando a afirmar a existência metafísica Deus como o centro de tudo, e logo depois do mundo físico e da Natureza. O fundamento indubitável do cogito e do método conduz a certeza e a verdade do pensamento sobre o mundo da psique, mediado pela existência a priori de Deus, sendo a idéia de infinito imanente na mente do próprio homem. A res cogitans, separa-se da res extensa, isto é, a alma separa-se do corpo, para conhecer e dominar o mundo e a Natureza.
Cabe ressaltar que, no pensamento de Descartes,